«Professores, profissionais de diversas áreas que utilizam a língua para a comunicação e o trabalho, além de estudantes, prestigiaram, na noite do último dia 30, no auditório da Faculdade de Direito (FD), uma homenagem aos oito séculos da Língua Portuguesa.
Sob a coordenação do professor Ribamar Mitoso, que também é escritor e dramaturgo, o seminário abordou a história, dinamismo e a adaptação de nossa língua a situações distintas. Essa língua hoje é falada, além do Portugal e de Brasil, nestes países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. “Trata-se do primeiro idioma globalizado da História, pois está presente em todos os continentes”, ressaltou Mitoso. O professor disse ainda que no início esse foi um idioma de guerra, de resistência; depois, tornou-se um meio para disseminar a política imperialista e expansionista de Portugal.
O nascimento da Língua Portuguesa é no ano de 1.214, quando foi escrito o testamento do Rei Dom Afonso II, de Portugal. O documento é a produção textual política mais antiga escrita nessa língua. Por outro lado, o Cancioneiro da Ajuda, composto por cantigas medievais galego-portuguesas, é o documento literário que inaugura a criação em Língua Portuguesa, com as canções de amor, de amigo, de escárnio e maldizer. Estudantes universitários, dentre os quais Pedro Silva, do primeiro período do curso de Direito, declamaram cantigas aos convidados.
O vice-diretor da FD, professor Carlos Alberto Filho, que também é procurador do Estado, iniciou sua fala evidenciando a importância da palavra para o trabalho do operador de Direito. “A palavra ‘livro’, por exemplo, poderia, hoje, ser utilizada em várias acepções. No artigo 150 da Constituição Federal está escrito que livros não pagam impostos, mas de que livro se está falando? E o e-book?”, questionou. Já o professor Mitoso falou do uso da palavra ‘sequestro’, interpretada de diferentes modos, conforme o ramo: “Direito Civil, Penal ou Ambiental, por exemplo, quando se fala em sequestro de carbono”.
A professora Marina Araújo deu sugestões aos futuros profissionais dessa área: “Escrevam, usem caneta e papel e escrevam sempre, pois esse é o diferencial hoje em dia, quando todos apenas digitam; e não pensam mais no que escrevem”. Outra convidada foi a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Amazonas (Sintell/AM), socióloga Lacy Rocha. Ela ressaltou o objetivo primordial da comunicação que se dá através da Língua Portuguesa: fazer que o outro compreenda. “A língua deve ser moldada de conforme os objetivos que quem fala e de acordo com o público para o qual se fala, pois a beleza da Língua Portuguesa está na diversidade de formas e significados”, finalizou.
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