30 de março de 2014
Sobre a Língua Portuguesa - PATRIMÓNIO, LÍNGUA E HUMANIDADES… Por Guilherme d’Oliveira Martins
«(...) Num estudo recente do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, as indústrias e os serviços em que a língua portuguesa é um elemento chave representam 17% do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. Com efeito, esse estudo sobre “O Valor Económico da Língua”, encomendado pelo Instituto Camões a uma equipa de investigadores daquela instituição revela que esse valor é superior ao que normalmente é referido, por exemplo para a língua castelhana (15%), “em resultado da maior terciarização da economia portuguesa em relação à espanhola. De qualquer modo, podemos afirmar, sem grande margem de erro, que há uma equivalência, devendo salientar-se que a língua constitui um elemento de crescente importância quando falamos de criação económica. E isto é tanto mais evidente, quanto é certo que os sectores criativos nas economias modernas têm cada vez mais em consideração a língua e a cultura. A tudo isto não é alheio o facto de o português ser a terceira língua europeia com maior projecção mundial (a seguir ao inglês e ao espanhol) e de haver uma previsão de aumento muito significativo de falantes na área do português. Aliás, só as principais línguas da China e da Índia se podem comparar em número de falantes com as três línguas europeias mais faladas, ainda que só estas tenham difusão universal. Naturalmente, o que acabamos de dizer corresponde a uma crescente responsabilidade para as economias da língua portuguesa, uma vez que se exige uma maior qualidade nas aprendizagens e uma maior valorização da educação e da formação. De facto, o que distingue uma sociedade desenvolvida duma sociedade atrasada, nos dias de hoje, é a capacidade de aprender, e isso é especialmente pertinente quando falamos de tudo quanto se relaciona com o uso da língua. No fundo, falar de valor económico é referir o valor cultural – afirmando que a língua é um factor social indispensável para a coesão, para a confiança e para a auto-estima das sociedades.(...) Texto na íntegra disponibilizado no Observatório da Língua Portuguesa
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