Convite
A Apcalmada convida
os seus Associados, Professores, Estudantes da Usalma e toda a Comunidade a
participar na conferência O processo de
normalização do mirandês, organizada no âmbito da disciplina O
Português e os seus Falares Regionais e proferida por José Pedro Ferreira,
investigador no Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada
(Celga-Iltec), da Universidade de Coimbra.
A conferência realiza-se no dia 20 de abril, na
Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Cacilhas-Tejo (Becre), pelas 17h00 e integra-se no Ciclo de Conferências-«A língua em viagem- Celebrar 8 Séculos de Língua Portuguesa e 400 anos da publicação da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto».
Resumo
O mirandês é falado sobretudo pelos naturais de cerca de
trinta pequenas localidades do nordeste transmontano. As línguas astur-leonesas,
entre elas o mirandês, passam há séculos por uma gradual erosão, quer no seio
das suas comunidades diglóssicas, quer pelos acentuados movimentos emigratórios
destas, sobretudo nos últimos noventa anos.
Estes fatores, associados à agrafia histórica do
mirandês, levaram a que não existisse uma variedade tomada como norma no
momento em que foi politicamente reconhecido e normalizado. Avivaram-se com
isso tensões sociolinguísticas subjacentes, quase conduzindo à cisão da língua
em diferentes entidades políticas.
O processo de emergência de uma norma veio
a dar-se naturalmente, de forma particularmente célere, nas comunidades que
foram formando os mirandeses na diáspora e na Internet: pela necessidade
formalização para o ensino e para a criação de recursos linguísticos de
referência, pela normalização exigida pela comunicação escrita, e pela
liderança de um escritor e ativista mirandês, Amadeu Ferreira.
Síntese biográfica
José Pedro Ferreira (n. Vila Real, 1980) é licenciado em
Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Vem trabalhando
em investigação e desenvolvimento nessa área, sobretudo no ramo de Linguística
Computacional, em diferentes unidades de I&D nacionais: Centro de
Linguística da Universidade de Lisboa (CLUL), Instituto de Linguística Teórica
e Computacional (ILTEC), Microsoft Language Development Center (MLDC) e, neste
momento, no Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada (CELGA-ILTEC), da
Universidade de Coimbra. A par do trabalho desenvolvido para a língua
portuguesa, sendo filho um sendinês, dedica-se à recolha de dados, estudo e
produção de recursos sobre o mirandês desde os anos 90, tendo apresentado e
publicado vários trabalhos em revistas, atas de encontros científicos e volumes
da área da linguística. Está neste momento a trabalhar na sua tese de
doutoramento, a apresentar à Universidade de Coimbra.
Texto: Usalma-Universidade Sénior de Almada
Texto: Usalma-Universidade Sénior de Almada
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